Bem, como já foi dito na publicação do dia 31 de março deste ano, a crença do povo nos políticos já reflete certa dúvida, não é por acaso que a alternância é uma constante no cenário político amapaense, mas os vícios políticos são de um poder corruptível incomensurável que assusta quem tenta observar com criticidade os fatos.
Ora, se observarmos a alternância no Poder Legislativo Municipal de Santana, perceberemos que a cada ano eleitoral, novos vereadores aparecem no cenário político local, são pessoas que aparecem como promessa de mudança, e é natural que o povo deve tentar, pois a tentativa é um instrumento pedagógico de aprendizagem. Lógico que a probabilidade de erro é inquestionável, mas o erro é o primeiro estágio da aprendizagem, precisamos ter a oportunidade de corrigi-lo e isso se faz com a monitoração do processo. Na especificidade do processo eleitoral há três maneiras de monitorá-lo. Uma delas é ao final de quatro anos substituirmos os que se corromperam por outros, mas eles já se tornaram tão poderosos a ponto de neutralizar as tentativas, pois as obras que foram reservadas para o período eleitoral enchem os olhos dos menos esclarecidos – e olha que são muitos - ; parte dos recursos financeiros acumulados durante os quatro anos passam a cumprir uma “função sócio-eleitoral” nas periferias e baixadas, geralmente nos momentos de maior necessidade do cidadão eleitor que fica muito difícil o discurso de mudança superar o discurso da barriga cheia – mesmo que seja momentânea - . Outra maneira de monitorá-lo é os órgãos de fiscalização atuando, fiscalizando de verdade, não fingindo e deixando para que o povo o faça, afinal, a função fiscalizadora é dos órgãos públicos, alguns constitucionais e outros institucionais e seus agentes é que são pagos para tal. A outra maneira é a Justiça atuando, mas quando uns prendem, outros soltam; quando uns cassam, outros reintegram e assim se desmoraliza o povo e própria Justiça porque fica a idéia de que há certa conivência escondida em alguns recantos de algumas instâncias do poder. E o povo vai, literalmente “morrer tentando”.