Praça Francisco Nobre

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Santana - Amapá

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Quem nasceu pra ser povo vai "morrer tentando"

Bem, como já foi dito na publicação do dia 31 de março deste ano, a crença do povo nos políticos já reflete certa dúvida, não é por acaso que a alternância é uma constante no cenário político amapaense, mas os vícios políticos são de um poder corruptível incomensurável que assusta quem tenta observar com criticidade os fatos.

Ora, se observarmos a alternância no Poder Legislativo Municipal de Santana, perceberemos que a cada ano eleitoral, novos vereadores aparecem no cenário político local, são pessoas que aparecem como promessa de mudança, e é natural que o povo deve tentar, pois a tentativa é um instrumento pedagógico de aprendizagem. Lógico que a probabilidade de erro é inquestionável, mas o erro é o primeiro estágio da aprendizagem, precisamos ter a oportunidade de corrigi-lo e isso se faz com a monitoração do processo. Na especificidade do processo eleitoral há três maneiras de monitorá-lo. Uma delas é ao final de quatro anos substituirmos os que se corromperam por outros, mas eles já se tornaram tão poderosos a ponto de neutralizar as tentativas, pois as obras que foram reservadas para o período eleitoral enchem os olhos dos menos esclarecidos – e olha que são muitos - ; parte dos recursos financeiros acumulados durante os quatro anos passam a cumprir uma “função sócio-eleitoral” nas periferias e baixadas, geralmente nos momentos de maior necessidade do cidadão eleitor que fica muito difícil o discurso de mudança superar o discurso da barriga cheia – mesmo que seja momentânea - . Outra maneira de monitorá-lo é os órgãos de fiscalização atuando, fiscalizando de verdade, não fingindo e deixando para que o povo o faça, afinal, a função fiscalizadora é dos órgãos públicos, alguns constitucionais e outros institucionais e seus agentes é que são pagos para tal. A outra maneira é a Justiça atuando, mas quando uns prendem, outros soltam; quando uns cassam, outros reintegram e assim se desmoraliza o povo e própria Justiça porque fica a idéia de que há certa conivência escondida em alguns recantos de algumas instâncias do poder. E o povo vai, literalmente “morrer tentando”.

PF investiga esposa e sobrinha do governador do Amapá

A Polícia Federal investiga se funcionárias do Governo do Amapá usaram a máquina pública para obrigarem beneficiários do Programa Renda para Viver Melhor a votar no candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Roberto Góes, primo do governador, que concorre à Prefeitura da cidade de Macapá. Segundo reportagem da Folha Online, Benedita Elielza Góes, sobrinha do governador, e outras quatro funcionárias do governo foram levadas nesta segunda-feira à PF para prestarem esclarecimentos sobre uma reunião feita no bairro Buritizal.
Conforme a mesma portagem, a Primeira Dama e Secretária de Inclusão e Mobilização Social, Marília Góes, também está sendo investigada por suposta utilização da máquina pública para conseguir votos para o primo do marido pressionando os beneficiários do sistema que ela administra. Ainda, segundo a Folha, a denúncia foi feita direto ao Tribunal Regional Eleitoral - TRE acompanhada de uma fita que continha a integra do discurso da Primeira Dama aos beneficiários dos programas estaduais na sede de uma associação de pescadores.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Polícia Federal prende suspeitos de crime eleitoral em Macapá

Segundo reportagem do JB OLINE do dia 25 de agosto de 2008, a Polícia Federal em Macapá (AP) prendeu a coordenadora e mais quatro funcionárias do Programa Bolsa-Família, do Governo Federal, acusadas de usar a máquina pública em benefício do candidato a prefeito pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Roberto Góes. De acordo com a reportagem, elas estavam pressionando beneficiários do Programa Bolsa Família a votarem no candidato que tem o apoio do Governador do Estado. O nome das pessoas presas não foi divulgado.




quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Temos que aprender a tirar proveito dos conflitos de idéias

Bem amigos do Cidade de Santana, peço-lhes desculpas por ter passado muito tempo sem postar, as causas são muito particulares de cunho estritamente pessoal, mas o importante é que eu estou de volta e com um tema bastante polêmico. Vejam o tamanho do conflito.

Há pouco tempo que vimos o Brasil abafar com a promulgação da Lei Seca ou de tolerância "0". Aquela que não permite que motoristas dirijam embriagados. Poucos dias depois os meios de comunicação anunciaram os resultados positivos da Lei: redução dos níveis de acidentes nas estradas, e até nas ruas dos grandes e pequenos centros urbanos; a redução dos atendimentos de urgências nos prontos socorros; a redução dos níveis de gastos com o tratamento de acidentados... e uma porção de resultados positivos. Logo depois começaram a chegar as reclamações. Primeiro dos donos de bares, restaurantes e similares alegando queda no faturamento que chegou a resultar até em demissões no setor. Alguns colegas com os quais eu conversei, chegaram comentar que entendiam que o caso era muito grave para se pensar na questão financeira ... "pensar em dinheiro quando está em jogo uma política de salvamento de vidas"? Eu confesso que em questões pontuais cheguei a pensar assim também, mas fui um pouco mais além. Considerando que no Brasil não há a cultura de "doação de órgão", a fonte mais abundante de órgão para transplante são os acidentes de trânsito que teve sua profusão reduzida.

Isto não é uma apologia à irresponsabilidade de dirigir embriagado, mas é a preocupação de um filósofo contemporâneo que entende a necessidade de convivermos com a série de conflitos resultantes das ações do homem. Não é o homem que produz o álcool? Não é o homem que produz os carros e constrói as auto-estradas? Não é o governo que precisa dos impostos e pedágios cobrados dos usuários e consumidores? Não é o governo que depende da morte muitos brasileiros anônimos para a sobrevivências dos privilegiados do planalto?

Se for assim, precisamos aprender a lidar com os nossos conflitos.